quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Lésbicas

para a amante de minhas mulheres

Gosto de suas curvas
                Peitos, bundas e cinturas
Gosto mesmo do encaixe
                Palmas, clavículas, odores
Mais ainda de penetrar
                Suores, sussurros, segredos
E, claro, de meter
                Bem fundo, bem forte
Meu amor e meu carinho,
                No teu útero, na tua vida.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sinestesia


Explode o sentido das palavras
quando sorrindo me agride,
procissão solitária de encantos.
O choro se torna azul, o sol vegetariano
o céu obtuso e as mesas adocicadas.
Derreto e escorro lenta, pesadamente
seguindo a eterna corrente das coisas
e a própria poesia se desfaz
como um copo plástico ao fogo.

Amo-te como a um objeto perfeito
rigorosamente esférico e translúcido
preparado desde o Gênesis
por um matemático, um alquimista
um poeta, um louco, uma puta.
Isento de arestas, de porosidades, de falhas.
Só amor, simplesmente.