Para Jorge Almeida e Ivan Valente
Comunistas confusos se despedem
As armas se esbarram, úmidas de lágrimas, de sangue
O barulho é desagradável
Como quem busca ofender uma criança, um rio calmo
Anos dividindo trincheiras
Permitem solenes apertos de mão, ecos do coração
Conversas atravessadas
Estraçalharam fios de solidariedade e cristais de confiança
Comunistas confusos sabem que
revolução é paixão e razão, em boa parte cacofonia
E que se perdendo encontraremos novos caminhos
Pois a luta é uma só. E venceremos juntos.