para Paulo
O búfalo, animal interessante
tão grande que assusta
negro, peludo, enormes chifres
grave mugido, tensão
Ah! Mas tem olhos tão delicados
que ao vê-los mostra-se toda beleza da vida.
Literatura, política e bobagens. Pra divulgar poesia e prosa. Pra ajudar na luta por mais felicidade e justiça. E pra diversão.
segunda-feira, 31 de maio de 2010
O BÚFALO
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Marcio Rosa
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11:18
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Poesia
quarta-feira, 26 de maio de 2010
CANTORIA
Cantoria tão bela que mais parecia a paz
Elomar entoando uma louvação
Como mágica uma moça passava sobre as cabeças
Em um teleférico particular, bruxa e anjo
Mais acima, um avião atravessava os céus
(achei que fossem se chocar).
Fiquei pensando, embalado pela música:
Havia algo acima de nós todos, naquele instante?
Elomar entoando uma louvação
Como mágica uma moça passava sobre as cabeças
Em um teleférico particular, bruxa e anjo
Mais acima, um avião atravessava os céus
(achei que fossem se chocar).
Fiquei pensando, embalado pela música:
Havia algo acima de nós todos, naquele instante?
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Marcio Rosa
às
13:20
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Poesia
quinta-feira, 20 de maio de 2010
O GRITO
Para Edvard Munch
Do peito heróico dos cavaleiros iluminados
retumba, indomável e imponente, o brado,
regurgitado dos anseios, dos subterrâneos,
por aqueles soterrados pela vileza da história.
Canto lírico de força astral e incontrolável,
subverte, pelo poder de sua sutileza angelical,
o estado de ignomínia da ordem universal,
derrubando todas as leis da física de Newton,
e os monumentos da arquitetura neoclássica.
Impele, sobre montes infindáveis de sujeira
e lama, por sobre todo o asco da degradação,
multidões com flores rojas, empunhadas contra
senhores gélidos e arenosos. Flores solenes.
Aí, no deserto dos corações ressentidos se
porá, como no milagre da ressurreição de
Lázaro, uma enchente avassaladora de si.
E de belezas tantas que toda arte se curvará.
(ainda é manhã, cedo, na aurora dos tempos).
Do peito heróico dos cavaleiros iluminados
retumba, indomável e imponente, o brado,
regurgitado dos anseios, dos subterrâneos,
por aqueles soterrados pela vileza da história.
Canto lírico de força astral e incontrolável,
subverte, pelo poder de sua sutileza angelical,
o estado de ignomínia da ordem universal,
derrubando todas as leis da física de Newton,
e os monumentos da arquitetura neoclássica.
Impele, sobre montes infindáveis de sujeira
e lama, por sobre todo o asco da degradação,
multidões com flores rojas, empunhadas contra
senhores gélidos e arenosos. Flores solenes.
Aí, no deserto dos corações ressentidos se
porá, como no milagre da ressurreição de
Lázaro, uma enchente avassaladora de si.
E de belezas tantas que toda arte se curvará.
(ainda é manhã, cedo, na aurora dos tempos).
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Marcio Rosa
às
18:32
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Poesia
Um cigarro em um momento de profunda reflexão ou necessidade
o
fósforo
risca
a
faísca
que ascende
o
cigarro
acende
e
rescende,
logo ratifica,
a
brasa,
que arde
na
tarde –
(dormente) –
e a
fumaça
quente
do
presente,
(que ressente
o
gosto
doce
que
foi-se,
ou retirou-se).
a
alma, o
desafago
e o
trago
(amargo).
O etéreo pesar do ar,
a
gritar,
em
franco
desespero:
– fósforos,
por
favor
!
fósforo
risca
a
faísca
que ascende
o
cigarro
acende
e
rescende,
logo ratifica,
a
brasa,
que arde
na
tarde –
(dormente) –
e a
fumaça
quente
do
presente,
(que ressente
o
gosto
doce
que
foi-se,
ou retirou-se).
a
alma, o
desafago
e o
trago
(amargo).
O etéreo pesar do ar,
a
gritar,
em
franco
desespero:
– fósforos,
por
favor
!
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Marcio Rosa
às
18:19
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Poesia
Andando ao léu
O sol no apogeu
Você me apareceu
Irrefletida no céu
O sol no apogeu
Você me apareceu
Irrefletida no céu
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Marcio Rosa
às
18:15
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Poesia
Sidnei Magal e a virada cultural
Ô Magal, pega a minha mãe! gritou o rapaz no início do show do Sidnei, já no início da madrugada. Enquanto eu ria, a pessoa que vinha com o rapaz, como que justificando disse: “Já pensou ter um pai firmeza assim?” De pronto pensei que finalmente encontrara o mote perfeito para essa crônica. A pretensão inicial, de tentar definir o que é a virada, certamente não se concretizará. Mas a frase inesperada, com tanta gente tão diferente se divertindo – desde os filhos de pais meio ricos e meio de esquerda até a moça da periferia que caiu sobre mim ao tentar subir nos ombros do namorado, passando pela desconhecida que meu conhecido flertava, por mim e pela bela que me acompanhava – naquele momento se fez como máxima determinatio.
A apresentação, feita por Rita Cadillac, seguida pela bombástica "O meu sangue ferve por você", foi tão violentamente popular que arrastou o Largo do Arouche em êxtase. A forma particular da mistura que marca a cidade, com suas situações típicas e as diferenças sociais tão profundas, encontrou ali uma maneira especial de se manifestar. Não que essas diferenças sumissem ou mesmo se amenizassem. Outras coisas tem que acontecer para encerrar a luta de classes. Mas o que me impressionou foi o domínio popular alcançado por instantes. É das coisas que mais me agrada na virada: o povo da cidade se apropriando do que é seu, mas é constantemente negado.
Porque a virada, que só poderia acontecer na gigante São Paulo, terra da garoa certa, da esperança incerta, do trabalho, incessante - principalmente do povo pobre, em constante luta pela sobrevivência e pela felicidade - tem a mágica capacidade de fazer da cidade, ao menos por 24h, um lugar de alegria. Claro que isso não é uma crítica de arte, tampouco uma análise política. Tem mais a ver com uma impressão sobre a natureza da cidade e das pessoas, sobre uma multidão que só poderia se reunir, desse jeito, na maior cidade do hemisfério sul, com suas quase 17 milhões de almas, em uma cidade que é enorme também em sua diversidade. E acontece principalmente no sua bela região central - Ah! mas tão abandonada que o amante da descuidada Iracema teria um motivo a mais de lamento. A virada me mostrou que a dureza é muita, mas a vontade de superá-la também é maior ainda. E quando transborda, mesmo ao som do Sidnei Magal, arrasta a multidão.PS: Depois escrevo sobre a Cantoria, tão bela que me pareceu a paz.
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Marcio Rosa
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11:23
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Prosa
Te amo tanto que nem cabe em mim
Talvez por isso eu chore
lágrimas obtusas que quicam nas arestas de minha alma.
Sou muito feliz por causa disso
Talvez por isso eu chore
lágrimas obtusas que quicam nas arestas de minha alma.
Sou muito feliz por causa disso
Já que o amor é a melhor de todas as coisas
Ainda que olhando pra trás veja somente o rastro de um furacão.
Sou ao mesmo tempo como um poço
cheio de saudades, diferentes entre si
mas tampado pelo mesma angústia de concreto que me sufoca.
Viver é um grande trabalho
uma busca incessante por sentido e pertença
cujo significado encerra erros e alegrias na mesma existência turva.
Só me resta escrever coisas
Sobre, contra e a favor do amor
única realidade que conheço, que me despedaça enquanto tento juntar.
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Marcio Rosa
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09:13
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Poesia
Iniciando a vida de blogueiro
Olá a todas e todos!
Inicio agora minha vida de blogueiro com essa modesta página. Espero que gostem do que publicarei aqui. Um pouco de literatura, minha e de outros, famosos e anônimos, desde que me encantem. Poesia e prosa. Um pouco de política, buscando ajudar na construção de um outro mundo, mais justo e belo - socialista! E algumas bobagens, pra diversão minha e, espero, de quem ler. Desde futebol até curiosidades, passando por quadrinhos e sugestões de programas culturais.
Beijos
Inicio agora minha vida de blogueiro com essa modesta página. Espero que gostem do que publicarei aqui. Um pouco de literatura, minha e de outros, famosos e anônimos, desde que me encantem. Poesia e prosa. Um pouco de política, buscando ajudar na construção de um outro mundo, mais justo e belo - socialista! E algumas bobagens, pra diversão minha e, espero, de quem ler. Desde futebol até curiosidades, passando por quadrinhos e sugestões de programas culturais.
Beijos
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