quinta-feira, 24 de março de 2016

Amor de busão

O calor da tarde periférica
derrete minha alma em cheiros de rio e de fumaça
imensos cheiros de gente apertada na condução
de gente apertada em casas e vontades apertadas

A noite escura da quebrada
congela meus sentidos na névoa que exalo ao falar
na névoa que recobre o horizonte e meu amor
que persigo entre vielas, escadas e becos, sólitário.

Meu lamento cruza
A radial e as marginais, zona leste e zona sul,
entre estações cheias, trens lotados, a lotação,
e choro baixinho no banco da longa espera
amor inviável, distante, como transporte público em SP.

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