Todos os adjetivos, juntos, não bastam
para descrever, da metamorfose, a feição,
sem anestesia, sangrada em meu coração,
despedaçado, pela culpa da destituição.
A língua, em outros tempos, lasciva,
corroída, pela pútrida violência, cala,
pois o poeta, conturbado, é que fala
ser indigno de qualquer confiança.
Por isso, rato, mesmo que reproduza,
a forma, asquerosa e medrosa: pêlos
negros e disformes, como o caráter
do que pede clemência, ao esplendor;
rato, contudo, não é metáfora ideal,
pois os pobres animais, além de não
possuírem culpa ou sordidez, guardam,
subterrâneos, o respeito e a nobreza:
Na sua fealdade, parecem com o mal,
os rotos do mundo; no terror, indistinto,
a perseguí-los, são como os famintos.
Ora, de um rato, podemos ter certeza.
Esse ficou muito bom! Com certeza, metáfora de rato é pouco válida, animal este o mais certezístico da nossa vivência quasi-válida!
ResponderExcluirO rato é tão rápido que cão de guarda pisca e ele se foi sem chance, sem vez, sem pista para o fuço grande intrometido...
ResponderExcluirSalve, as palavras em som e imagem!
Abraço
Ps.
ResponderExcluirquero dizer, com imagem e som!